Arleson Rezende
O Carnaval mirim inicia sua existência com o sonho de um visionário em fundar uma agremiação carnavalesca formada genuinamente por crianças e jovens, onde aprenderiam como se desenvolve e a origem das escolas de samba e seus principais personagens e militantes. Arande Cardoso dos Santos, o Careca do Império Serrano, em 1979, Ano Internacional da Criança, teve a brilhante e desafiadora ideia, porém somente quatro anos após, com o apoio de grandes nomes do samba e carnaval como Alcione, Martinho da Vila e Beth Carvalho, entre outros, fundou a primeira escolar de samba mirim, o Império do Futuro.
Seguindo o legado Osmar Valença funda a extinta Alegria da Passarela, a agremiação responsável pelo surgimento de estrelas do nosso carnaval, como Lucinha Nobre, Dudu Nobre e Leonardo Bessa, na época chamado de Leonardo Alegria e a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro desenvolvem em 1984 o Império das Princesas Negras, projeto envolvendo alunos e professores da Escola Municipal Ministro Gama Filho, considerado embrião do que seria futuramente a escolar de samba mirim Corações Unidos do CIEP.
A partir das iniciativas de outros do nosso carnaval, como Dinorah, Xangô da Mangueira, Mirtez e Machine fundaram agremiações e a partir de então surgiram a Corações Unidos do CIEP, Mangueira do Amanhã, Herdeiros da Vila, Aprendizes do Salgueiro e Flor do Amanhã. Com o desfile da criança se tornando realidade, surge a necessidade de estruturar, sendo formada assim a primeira entidade representativa das escolas mirins, responsável pelos desfiles da garotada na Passarela do Samba, a Liga Independente das Escolas de Samba Mirins, LIESM, em 1988. A partir desse ano, são formadas outras escolas, entre elas a extinta Leãozinho de Nova Iguaçu, a Infantes do Lins, Miúda da Cabuçu, Estrelinha da Mocidade, Inocentes da Caprichosos, Ainda Existem Crianças de Vila Kennedy e Planeta Golfinhos da Guanabara.
Com o apelo e crescimento desses desfiles, fez-se necessária a reestruturação do projeto de carnaval voltado para as agremiações e pequenos sambistas. Um grupo de dirigentes e educadores que presidiam sete agremiações filiadas à LIESM, optou por desenvolver um projeto voltado única e exclusivamente para a educação no desenvolvimento da folia. Surge assim em 26 de junho de 2002, a Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro.